Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2013
Secretário-Geral da FIBA critica os ‘NBA’ e falta de gestão da CBB
Na semana passada o companheiro Fábio Aleixo fez uma baita entrevista com Patrick Baumann (foto), Secretário-Geral da FIBA, a Federação Internacional de Basquete. Duas de suas declarações me chamaram bastante atenção.
“Primeiro de tudo, gostaria de ressaltar o que o Oscar (Schmidt) falou no dia que entrou para o Hall da Fama de Springfield (EUA). Ele disse que não entendia como jogadores declinavam de jogar na seleção. O que aconteceu com a federação nacional e com o time nacional em Caracas (na Copa América) é uma vergonha para o Brasil. É uma vergonha os principais jogadores não poderem se juntar e jogar pelo time, principalmente sabendo que em três anos você terá uma Olimpíada em seu país e que você poderá brigar por medalha nesta Olimpíada. Foi muito frustrante o que aconteceu na Copa América, mas este é um problema da federação brasileira. Eles bagunçaram as coisas. Isso que aconteceu não dá muito crédito para o Brasil para brigar pelo wild card. O que significa uma promessa feita num papel se quando você está brigando para se classificar não tem os melhores? Tem de ser muito convincente para a Fiba que os jogadores jogarão no próximo verão (no Hemisfério Norte, quando ocorre a Copa do Mundo) e depois estarão comprometidos também. Você tem de lembrar que o Brasil não está automaticamente classificado para a Olimpíada de 2016. Você pode mudar isso com a atitude dos jogadores, convencendo a Fiba a decidir a favor do seu país. É algo frustrante. Os jogadores precisam fazer um exame de consciência e se comprometerem em melhorar a imagem do basquete no país. Com todos os jogadores, vocês têm um grande time, podem jogar tranquilamente as quartas de final do Mundial ou chegar mais longe. Por isso, não entendo o que aconteceu na Copa América.
“Ela (a Confederação Brasileira) está tentando fazer o melhor. Mas penso que (os dirigentes) devem achar um jeito de chegar a um novo nível de profissionalismo, de uma melhor organização da liga nacional, de chegar às diferentes regiões e multiplicar a quantidade de atletas no país. É preciso melhorar o planejamento para os próximos 15 anos. A Olimpíada será uma grande oportunidade para isso. Eu amo o vôlei, vôlei de praia, mas eu penso que o basquete precisa ter uma melhor posição no ranking de preferência e importância de esportes do seu país”
Acho que está muito claro o que está acontecendo com o basquete brasileiro, não? Em termos de seleção, até mesmo o Secretário-Geral da FIBA fala, arrisca uma conclusão para algo difícil de entender mesmo. Além disso, ele toca em um ponto fundamental: quem garante que essa trupe da NBA estará na Espanha no Mundial? PPT e vídeos aceitam tudo…
O mais importante, pra mim, é o que ele fala sobre a (péssima) administração da Confederação Brasileira é muito, muito ruim. Como foi também comentado em Barueri por dirigentes do alto escalão da FIBA (alguns até vieram me perguntar sobre a dívida da entidade máxima, vejam só…), o basquete brasileiro está em péssimas mãos, em péssimo comando.